quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

I

Rasgo os muros do infinito,
Nos silêncios que procuro o mundo me aterra,
Não fui eu que pedi esta guerra,
Foi ela que me chegou a cada grito.

A cada grito dos injustiçados desta terra,
Refugiados de outras batalhas perdidas,
Com braços cansados e mãos vencidas,
E um olhar de silêncio como de quem berra.

Berra por todas as almas vendidas,
Sujeitas ao preço vil da escravidão.
E eu lutava se não fosse a maldição
De não conseguir sarar todas as feridas.

As feridas abertas da liberdade,
Que prometeram enquanto me prendiam,
Que prometeram mas apenas vendiam
Em troca da minha dignidade.

Se assim é, antes a morte!

António A

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